quinta-feira, maio 22, 2008

Benção das Fitas (a pedido)

Ainda vinha eu subindo a rua,
“oh boa” já gritava o Edgar,
Logo a seguir chegou o Pisco
De fitas na mão, como era de esperar.

Belo Almoço abençoado
Com o tinto sempre á mão
E o Sorna bem ressacado,
Lá soltava um palavrão.

Ao ler as fitas do Pisco,
Agarrei na minha... para o Raul
(Esquece, nada rima com Raul)
Mas fica então percebido
Que o Pisco é um esquecido.

Até aqui estaria tudo bem
Se não estivessem famílias presentes,
E assim o almoço ficou aquém
Dos que achavam ter filhos decentes.

Mas tal dia era de louvar
E já tudo era perdoado,
E assim com a tarde a passar,
Todo o Doutor foi difamado.

Foram muitas as histórias
Com muito poucas surpresas.
Nostalgia e belas memórias
Ilustraram amizades acesas.

E assim uma tarde se abençoou
Com o álcool a embalar
Para a noite, que encerrou
As lágrimas que eu vi rolar.

O Plantel

Normalmente apoio-me muito nos elogios e no reconhecimento dos meus actos. Ás vezes chego mesmo a desprezar o meu trabalho só porque ninguém reparou. Criancice... “só tens garra para aquilo que não deves” (by Sempre, A Mesma de).
Mas houve uma luta, uma guerra mesmo, em que 99% das vezes acreditei que conseguia levar sempre a melhor. Acreditei, agi, e vi várias vezes os meus actos praticamente autodestruírem-se, tal e qual as mensagens ultra secretas do FBI (nos filmes, claro), mas durante muito tempo não desisti. Com o tempo passei de tanque de frente de guerra a treinador de futebol, esperando no banco que a aprendizagem tivesse um efeito eficaz. Mas este jogo tinha mais de 90 minutos, e a paciência não é decerto uma virtude do Carneiro. Assim, lá ia gritando tácticas para dentro de campo, esperando que se traduzisse em técnica.
O meu trabalho, desse não duvidei, e considerava-me um autêntico Mourinho. No entanto, os resultados caracterizavam-me mais como o Manuel Joaquim que treina os infantis do Cascalhense Futebol Clube (C.F.C. para os adeptos fieis).
Com o decorrer deste campeonato apercebi-me que na bancada a culpa é sempre do treinador, na equipa técnica a culpa é sempre dos árbitros, e no plantel a culpa vai saltando de alvo em alvo. Ora agora a culpa é minha, ora agora a outra equipa é invencível, ora agora a culpa é do treinador. Tudo dependia do estado de espírito do plantel e da relação deste com o treinador (para os mais desatentos, eu).
Na primeira época, perdeu-se o campeonato mas lá se ganhou a taça (tal e qual Sporting), na segunda época perderam-se as taças todas mas ficou um acesso para outro campeonato da época seguinte (sim tal e qual Benfica), na terceira época desceu-se de divisão (se acontece ao União de Leiria porque não a mim?) e a meio da quarta época... despediu-se o treinador (e aqui tal e qual Mourinho, desempregado mas ainda o melhor do mundo).
Cansada de levar lenços brancos, e com a realidade a puxar-me para fora de campo, saí derreada e sem louros. Percebi que essa luta (campeonato para quem estava a gostar do relato) para além de ser desleal, já não era uma luta minha. As equipas adversárias praticamente subornavam árbitros e usavam dopping, e o meu plantel deixara de ser meu, para passar a auto treinar-se. Deixei de ser a base... essa agora é mais clara, mas também mais alucinogénia e desaparece num inspirar.
Por fim apercebi-me, finalmente, que o poder castrador que soprava da bancada, não só desconcertava o plantel como dava força aos adversários. Errada estava eu em lhes chamar adeptos, pois eles é que são os verdadeiros árbitros, que julgam e decidem, e que não deixam de criticar mesmo depois do apito final.
Um dia cairei no esquecimento... não quando um novo treinador mostrar o valor do plantel, nem quando este esquecer essas 4 longas épocas, mas sim, quando os sussurros vindos da bancada cessarem e só se ouvirem os belos cânticos das claques.


Deitei a toalha ao chão, deixei o equipamento suado no cacifo, queimei o caderninho com as milhentas tácticas... e nesse estádio se um dia voltar a entrar, direi que “ só cá vim mesmo ver a bola”...

quarta-feira, maio 21, 2008

Síndroma AXN FOX SiCMulher

- Olha é verdade, que é feito da Meredith? Ao tempo que não a vejo.
- Também já nao a vejo á muito. Anda lá com aqueles problemas da meia-irmã a trabalhar no mesmo hospital que ela, e a relação com o Mcdreamy também não está estável.
- Ah! A última vez que vi o Derek e a Meredith estava tudo bem, foi quando a Addison decidiu ir para a tal clinica privada.
- Ui! Isso já foi há algum tempo. Quem eu vou vendo mais vezes é a Susan e o Mike.
- Ah! Esses... casaram não foi?
- Casaram? Se casaram... ela está grávida!
- A sério? Boa! Olha mas ele não andava lá com uns problemas com os comprimidos?
- Pois... parece que está viciado. Ela não anda muito contente.
- Quem casou também foi a Kitty Walker não foi?
- Pois foi! Sortuda, aquele senador é 1,70m de pura felicidade.
- E aquele irmão dela, o Kevin 1,70m de desperdicio.
- Podes crer, foi a única falha da Nora. E o resto dos Walker’s como estão?
- Estão bem, com aquelas histórias habituais deles. Última que soube, não sei se já sabes, foi que a Lynnete já está curada do tumor na cabeça?
- A sério? Ainda bem.
- De resto não tenho visto mais ninguém.
- Pois, eu também não. Não tenho tido muito tempo. Volta meia volta lá vejo os queridos, sempre a mudar uma casa,... “e a sua vida também”.

sábado, dezembro 22, 2007

pela "Visão Online"

Vamos lá analisar isto então:


Figura Nacional do ano

Joe Berardo - Para falar dele tem que se dizer "feck you". Esquece!
Sócrates - Para falar dele ou tenho de pôr defeito (porque ao que parece é politicamente correcto) ou tenho de dizer "porreiro pah!". Esquece
Vanessa Fernandes - Está caladinha e só lhe falta um prémio a nível mundial. Parece-me bem.

Vanessa Fernandes sem dúvida nenhuma!!!



Figura Internacional do ano

Sarkozy - Bebe Vodkas ao almoço. Hum... não me parece.
Putin - Bebe Vodkas ao pequeno-almoço. Ainda pior.
Al Gore - Bebe Whisky e é Americano. Pior a emenda que o soneto


"Feck you" os três (by Joe Berardo)



Acontecimento Nacional do Ano

OPA's - Meio Portugal ainda não sabe o que significa, a outra metade não sabe explicar. Acho que não.
Referendo aborto - Boa medida, que muito fez falar... durante um mês. Devia ser o acontecimento mais importante, mas como somos comandados pelos media, esquece lá isso.
Maddie McCan - É loira de olhos azuis, seduziu meio mundo (que nunca a viu), originou músicas, tem nome de restaurante de fast-food, e teve mais abordagem jornalística do que as milhentas mulheres que já morreram ao fazerem abortos clandestinos em condições quase "terroristas".

Vencida pelo cansaço de ver 200 reportagens sobre Maddie, ganha esta...



Acontecimento Internacional do Ano

Referendo na Venezuela - Para falar dele teria de falar de Hugo Chavéz, que por sua vez teria de dizer "Porque no te callas". Nãooo!
Tratado de Lisboa - Para falar dele teria de falar de Sócrates, que por sua vez teria uma vez mais de dizer "porreiro pah!". Esquece lá isso outra vez.
Darfur - "Darfur? Ah é aquele centro comercial não é?". Dispensa apresentações

Infelizmente e na falta de melhor (pior), a Crise no Darfur. =(




Quais serão as figuras e os acontecimentos do ano na Lua?

"Ai este país, esta Europa, este Mundo."

TROPA DE ELITE - O filme

Teoria - Tropa de intervenção Brasileira que invade favelas, quando a policia convencional não consegue.
Prática - Tropa de intervenção Brasileira que entra nas favelas para limpar a m*rda que a policia convencional faz.

Teoria - Tropa que é treinada durante duas semanas de forma rígida para aguentar a pressão.
Prática - Entram 100 homens saem em média 5. Ou seja 95 levam porrada até mais não até desistirem. 5 (em média) Levam porrada até mais não, aprendem a lidar com armas que só se vêem na guerra do Iraque, e nas mãos dos bandidos que vivem nas favelas Brasileiras (e que por acaso são fornecidas pela policia convencional Brasileira), e saem com a ideia que para limpar porcaria, só matando.

Ou seja 2 grupos:
  • Um vende droga, tem armas ilegais, dança o funk, e mata qualquer um.
  • O outro só mata.

Se não os podes vencer, sê igual a eles!!

Pelas bandas do Porto

- Parece que “Pidá” e mais uns quantos meninos do porto andam p’rai a matar seguranças e empresários da noite.
- Porquê?
- Alegadamente (este povo dos tribunais adora o “alegadamente”) para controlar o tráfico de estupefacientes em bares e discotecas.
- Então o Aurélio Palha era o quê? Membro da Tropa de Elite Portuguesa? Combatia o crime se calhar, não?
- É parece que morreu por engano.
- Ah pois! Matam-se 6, um é por engano. É uma boa média.

Curtas:

Por estes dias descobri, ao passear pela enciclopédia virtual mais acarinhada pelo público (ou pelo menos por mim), Wikipédia, que Salvador Allende, o primeiro marxista a subir ao poder no Chile (1970), morreu num sangrento golpe de Estado, a 11 de Setembro de 1973. Até aqui, tudo bem… quer dizer, tudo bem não, mas pronto. O que eu também não sabia, é que os Estados Unidos da América, apoiaram ostensivamente (e sabe-se lá que ajudas facultaram) este golpe de estado. Já em 1973 estes gajos metiam o bedelho onde não deviam. Pinochet, sucedeu a Allende, e ficou no poder 17 anos, instalando a ditadura. E “pimba”, mais uma vez meteram o bedelho e deixaram um país feito em m…. porcariazinha de vaca.
Isto faz-me lembrar aquele velho ditado: “Quem no 11 de Setembro… trama, no 11 de Stembro é … tramado”

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Paulo Bento “porque no te callas?” ? O que é isto Meu Deus, Jesus Cristo, Avé Maria e os santinhos todos do reino Universal? Paulo Bento na qualidade de treinador não pode falar durante 12 dias… oh que paródia esta! Salazar ressuscitou e eu não sabia? Olha que só me apetece dizer asneiras. Ah e coiso, que toda a gente goza com a maneira de falar do treinador do Sporting, e agoram calam-no. Olha que sinceramente… só em Portugal.

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Aeroporto de Lisboa antecipou a passagem de ano. Em pleno 21 de Dezembro de 2007 já se retiram cinzeiros do Aeroporto. Dá-se um chega para lá nos fumaores que estão á espera de embarcar num voo com 3 horas de atraso, exige-se que se apaguem cigarros a quem acabou de os acender, e pronto, está aplicada a lei, sem esta ainda nem estar em vigor. É incrível é como esta gente, que muitas vezes são engravatadinhos que se gabam de ser isto e aquilo no mundo dos negócios, apagam o cigarro, calam-se e recolhem para as suas cadeiras sem sequer um olhar de lado. Olha que isto hein? Só visto mesmo! De muitos e muitos fumadores que estavam naquela área, apenas 5 se atreveram a acender um cigarro, usando cinzeiros improvisados. Não há lei, fuma-se!

domingo, dezembro 09, 2007

O não lógico leva ao lógico

Ele – O que é a verdade?
Ela – É a realidade dos factos.
Ele – O que é a realidade?
Outro Ele – O que são factos?
Ela – Realidade é o que acontece, factos… é o que acontece.
Outro Ele – Ahhh! Então verdade é a realidade dos factos, que explicado á letra é o que acontece do que acontece?
Ela – Sim.
Ele – O que são sentimentos?
Ela – São sensações.
Ele – O que são sensações?
Outro Ele – Essa eu sei. São reacções a coisas que acontecem.
Ele – Ahhh! Então sentimentos, são sensações, que são que reacções á verdade?
Ela – Sim
Ele – O que são sonhos?
Ela – São mentiras que desejamos.
Ele – O que são mentiras?
Outro Ele – O que é desejar?
Ela – Mentiras é quando contamos uma coisa que nunca aconteceu. Desejar é querer algo que não temos.
Outro Ele – Ahhh! Então sonhos são histórias que nunca aconteceram e que queremos que aconteçam, ou seja, sonhos são mentiras que queremos que sejam verdade, ou ainda, são histórias que queremos que sejam a realidade dos factos. Então onde cabem aqui os sentimentos?
Ela – Desejar é um sentimento.
Ele – Sonhos são mentiras que nos dão reacções á verdade, que por isso nos fazem querer que sejam verdade?
Ela – Sim
Outro Ele – Então os sonhos causam-nos sentimentos de verdade!

sábado, novembro 10, 2007

Basta uns óculos de sol

Pedi a mim mesma para sair do fundo do mar e vir á superfície encher os pulmões. Quando cá cheguei o sol bateu-me abruptamente nos olhos, ofuscando-me e magoando-me. Os olhos ardiam e deitavam lágrimas, a cabeça doía. A luz do dia, tão natural, tão real, magoava-me. A realidade, a normalidade das coisas magoavam-me. No entanto o ar era tão puro e os meus pulmões sentiram-se tão livres que já não voltei lá ao fundo. Saí sem me despedir. Nadei incansavelmente, como se estivesse a fugir. O que irão pensar os peixinhos? Hum… eles têm memória curta, esquecem rápido de mim. Nadei para terra. As milhares de sensações de liberdade invadiram-me o espírito. Como me pude esquecer disto? De tudo isto? Das cores, da alegria, dos sons. No entanto a luminosidade ainda me fere os olhos de vez em quando e me faz chorar, e alguns sons misturados, são tão ferozes nos meus ouvidos, que fazem a cabeça latejar. Tantas viragens, tantos sintomas… mas eu continuo a ser eu, aqui… ou no fundo do mar. Só tenho é de comprar uns óculos de sol.

As noites

Sai daqui. Sai! E tu? Que estás a fazer aí especado? O Quê? Não! Não faças isso. Estou farta de correr, não aguento mais, as pernas estão a latejar de dor, estão a desfazer-se. Olho, estão vermelhas e quentes. Não consigo passar aqui. Não me empurres! Estou farta de labirintos. E vocês aparecem-me assim do nada, e desaparecem da mesma forma. Que me queres dizer? Não te ouço. Corro para te ouvir, procuro algo que não sei o que é. Estou cansada, exausta. Quero sair daqui. Tenho de sair daqui. Sinto-me sufocada, algo me prende. Sensação estranha de estar a flutuar, de não ter ar para respirar, de não ter voz. Não páro de correr, de fugir, agora estou a fugir. Fujo, extasiada e assustada ao mesmo tempo. Tenho pânico a sair pelos olhos, quero correr mais, quero sair. Tenho de acordar, tenho mesmo!
Mais um sonho. A cabeça a latejar, a tensão muscular no pescoço, a garganta seca, o sonho ainda tão real na cabeça. Levanto-me ainda atordoada. Cansada de pensamentos. Tão confusos mas com imagens tão reais. Perco-me uns minutos a tentar interpretá-lo. Em vão. Mais um dia que me vou lembrar do sonho o resto do dia. Mais um dia em que as imagens me vão assaltar a memória. Labirintos enormes, que me assustam, e me puxam a curiosidade, com tesouros ou segredos que nunca descubro. Pessoas desconhecidas que surgem com mensagens imperceptíveis. Acidentes de viação brutos, que me arrastam para pancadas violentas, vidros partidos, sangue, barulhos de alarmes, sirenes de ambulância ou policia, vidas perdidas, locais desconhecidos, presenças questionáveis que acordada interpreto como testemunhas de momentos fortes. Vezes, tantas, em que te perco. Tantas vezes já fugiste da vida aos meus olhos, e as últimas palavras são sempre minhas, que tu nunca ouves. Mais um sonho contigo. Fico com a cabeça a palpitar o resto do dia. Eléctrica e instável, longe da terra. Mais um sonho que me deixa inquieta. Nervosa, repentina, com respostas directas, sem pensar. Acordar e pensar “epah que estúpida” já é rotina. Por vezes engraçado, mas na maioria um tormento. Acordo a chorar, ou com o coração a mil, sufocada, cansada. Sempre atormentada. Presenças indiscretas, das quais fujo no dia-a-dia, mas que me perseguem nos sonhos A mistura de temas e personagens, levam-me a medos permanentes. Os meus maiores medos são representados de forma tão drástica, sendo mesmo surreal. No entanto acordo angustiada por pequenos fragmentos de verdade. . A impotência e a falta de controlo nos sonhos enervam-me logo pela manhã. A correria de todo um sonho vira-me o dia do avesso, ás vezes tanto, que vivo a dormir, e durmo acordada. Hoje é mais um sufoco, um nó na garganta, um turbilhão de pensamentos, uma dormência muscular, um sabor amargo na boca… faz-me chegar á cama e implorar secretamente:
Hoje não apareças…

Tu

A angústia grita,
Desespera,
Salta cá para fora.
Vomita-me as palavras
Que te dei,
E vai-te embora.
Foge do mundo que te magoa
E não piores a situação,
Pois já não o consegues compreender.
Nem o meu coração já te perdoa,
Já não nos conseguimos entender.
Sai e volta ao caminho,
Ao teu, sem mim,
Volta que ainda vais a tempo
E ainda há memórias boas.
Volta para o momento
Em que ainda amavas as pessoas.
Sai e volta ao caminho,
Ao teu, sem mim…

Muito me contas

- Fogo estúpido do homem ainda estava a refilar.
- Que foi?
- Foi o parvo que parou porque quis e ainda estava com gestos “Vá passem lá!”
- Oh! Eu não passava. Eu é que não reparei, se não, não atravessava e deixava-o ali especado até ele ter de arrancar de novo. Não “éi”?
- “Éi” – Riu-me desta bela atitude.
Muito me ensinas tu. Nunca dás muitas confianças, os outros que se rebaixem á sua mera condição de “pessoas”, e que não se armem em parvas. Assim está sempre tudo bem.
E as histórias? O senhor que comeu tanta papaia (ou será mamão), que ficou a lançar pevides para o tecto. Os japoneses com os seus rituais e a sua língua estranha, que nas tuas histórias mais parecem criaturas do circo a fazer-me rir. Os macaquinhos de certos navios, com a sua língua que não é português nem é crioulo, “que não é nada, sim porque aquilo não é nada”. As tuas expressões em voz alta em pleno centro comercial só para ouvires a mamã dizer “oh fala baixo”, eheheheh…. Espremes o ridículo das pessoas, e expões de uma forma tão espojada que fazes toda a gente rir á gargalhada. E o teu ar durão que se baseia numa postura forte e imperialista desfaz-se quando dás um pequeno sorriso que faz toda a gente tremer, sem saber se se podem rir, ou é melhor ficarem quietinhos. Nunca me esqueço de uma bela noite que me levaste a mim e a mais dois amigos á porta do “Queens”. Eles iam lá atrás muito quietinhos, cheios de respeito tentando adivinhar se tu eras daqueles pais “mauzões”, e eu cá á frente a gozar o prato. Nisto no rádio começa a tocar uma música conhecida. Os três cantarolámos o refrão. Nisto com uma voz muito grave e de ar muito sério disseste: “Oh! Este rádio agora transmite em estéreo?”. Fez-se logo silêncio, e foi-se assim até ao destino. Quando saímos, e tu foste embora a primeira pergunta que a Inês fez foi “Achas que o teu pai ficou chateado?”, não percebi a pergunta, ao que ela explicou “por estarmos a cantar”. Eheheheheh
E as aulas de Inglês? Ai as aulas de inglês. As explicações de matemática trocavam-me sempre, mas como gostava, até fazia um esforço para perceber essa nova matéria que me explicavas, e que nenhuma professora ou livro ensinava. Chegava-se ao mesmo resultado, mas em vez de ser por equações já decoradas, era por decomposição e explicações do “isto que vai dar àquilo”, e muita lógica… a matemática verdadeira. A que tem mesmo piada, e que só a professora da faculdade exibe em quadros imensos de letras, não sabe é explicar como tu. Lembro-me uma vez, acho que no 7º ano, levar um exercício feito para a aula, que me ajudaste a resolver em casa. Toda contente ofereci-me para ir fazer ao quadro, e depois de escrever tudo direitinho no quadro, a professora olhou e sorriu e alguém disse “Professora isso está mal, eu não fiz assim.” Ela levantou-se e perguntou ao pé de mim para poucos ouvirem, “Fizeste isso sozinha?”… corei e respondi “Não, pedi ajuda ao meu pai”. Mais uma vez sorriu e disse á turma “Não está mal, está certo, pode-se dar várias voltas. Vai-te lá sentar, está bom. Agora vou explicar da outra maneira”. A partir daí, confesso, das outras vezes que me ajudaste, tentei depois fazer como a professora ensinava na aula. Até ao 10º, em que a magia da matemática desapareceu e lá assumi de novo os teus ensinamentos como valiosos.
Mas onde andava eu? Ah! Nas aulas de Inglês. Ai essas aulas que tanto faziam rir a mamã. “ Não é tumórrrrrooouuu! Sopinha de massa.”. Quando trazia uma negativa para casa, e tu estavas cá, ouvia a minha mãe dizer “Vai lá rever o teste com ela, para veres o que ela está a falhar”. Ui! Até tremia. “Vamos lá ver essa “jana” então!”. Eheheheh.
Mas o ler é que era o drama. Jesus! A cada três palavras ouvia “Mariana lê lá isso como deve de ser, enrolas isso tudo pah!”. Os anos passavam-se, o Inglês complicava e a minha mãe dizia, “pede ajuda ao teu pai”, e eu muito rapidamente me safava “não deixa lá, eu consigo”.
Também não me esqueço das horas, em que em 15 minutos me ensinaste tudo, e passaste o resto da noite a perguntar “ E agora, que horas são?”. E da bicicleta, que peguei nela, tu apoiaste-me durante uns minutos, quando largaste andei á roda, dei uma data de voltas sem cair, e tu todo contente. Logo a seguir, montei a bicicleta de novo, pensando que já sabia andar muito bem, e pumba, caí para o lado. “Oh! Então? Ainda agora estavas aí toda lampeira a dar voltas, e agora cais sem mais nem menos?”
Muito me ensinas tu… muito me ensinas!

segunda-feira, abril 23, 2007

Dia 20

A presença do Pai
A T-shirt azul
A primeira pessoa a dar-me os Parabéns
O Telefonema do Pisco
O Telefonema da Catarina e do Titi
As cusquices matinais das meninas
O vídeo
A mensagem da Ritinha
O Monopoly da Disney
A mais maravilhosa companhia
Os sofás velhos da FMH
O almoço no Mac
As mensagens
A mensagem da Carina
O melhor “parabéns” de sempre... dado pela Claudinha (cabritnha claro!)
A Paulinha e o seu amor inconfundível
As cabritinhas sem dúvida
Os telefonemas
O bom trabalho de equipa
O meu irmão a refilar comigo porque estava farto de ligar, e eu que não fiz uma pausa no trabalho para lhe atender o telemóvel =)
O atraso para o jantar
O Raul a gritar do outro lado da rua que eu era linda (porque o Sr. João agora tem canecas de meio litro de cerveja a 1.5€)
Ver a namorada no jantar (não avó eu não tenho uma namorada, é só a brincar)
A minha relações públicas Paula que tratou de tudo na minha ausência (até convidou pessoas que não estavam na lista)
Os brindes
A inteligência do A3 a dizer "Se tu comeres alface eu como tomate" (Ele odeia tomate, e eu adoro alface, portanto para mim foi um acordo complicado de cumprir)
A Nokas ter sido a primeira a chegar... quando cheguei já só sorria.
A Nokas a rir da figura do A3 e a tentar-lhe explicar que era um acordo parvo.
O Guilhas que também já só sorria
O Raul e eu a apreciar de longe a alegria de toda a gente
A preciosa ajuda do Tó nas contas... "Tó 10 no Raul, 1, 2 ,3,4... Tó 20 no Bendito..." "100... Tó 200..."
O abraço enorme da Nini (quem era a Nini não me perguntem)
O ultimo pedido da Sara
A Rute a agarrar no último jarro como se ele tivesse pernas e fosse fugir.
A conversa com a Teresa
O que eu e o perdigoto descobrimos dentro da mala da Mariana loira (não digo!)
A subida até ao bairro "Ó katra quem é essa senhora que está aí ao teu lado?"
As mil vezes que fui á casa de banho... dos homens... e só me apanharam uma vez. (Homens eu não sei como é que vocês conseguem deixar uma casa de banho tão nojenta)
Dormir na casa da Paulinha
Ah! Sem dúvida o taxista... "Eu quando digo ás senhoras na net a minha profissão elas deixam-me logo de falar" (é necessário comentar?)


Perceber que é bom surpreendermo-nos com pessoas pela positiva, que é bom descobri-las, que é bom ter pequeníssimos mas maravilhosos momentos com elas. Obrigado a todos, este dia foi com pequenos momentos, não tão extremistas, mas muito mais duradouros.

domingo, abril 01, 2007

Jogar e saber jogar

É fácil jogar, o difícil é saber jogar, pois o Às de trunfo tem sempre um momento certo para ser lançado, e o jeito de o pôr na mesa define sempre o tipo de pessoa. A única certeza é que é posto sempre com o objectivo de ganhar.
Quem não tem o Às joga com o que tem... e na vida como no jogo o que conta é ganhar o máximo de pontos antes de ser lançada a grande carta, e livrar o que se conseguir. Coincidências? E estava só a falar de Sueca. O Baralho passa para outra cor, o trunfo já é outro naipe, mas o jogo é sempre o mesmo, os olhares, os jeitos, a forma de jogar é sempre igual... ao fim de uns tempos, quem não aprendeu as manhas, é porque deixa-se dormir. Lá porque o trunfo é copas, e o parceiro é outro, o jogo é o mesmo, os pormenores é que são especiais. Lá porque se joga a dinheiro (shhh! Não disse isto) e o trunfo é espadas, o jogo já tem mais batota? Joga como se pode, se a batota existe, é porque os outros deixam. Jogo é jogo... só que uns só jogam ao Solitário (Solitaire para os mais “in”).

A Cidade Nova

- Boa tarde, é um bilhete para a Cidade Nova
- 1, 70 €
- Boa tarde, é também para a Cidade Nova
- Boa tarde, é um bilhete para Santo António dos Cavaleiros
- Para Santo António?
- Sim, sim.
- 1,69€

??? Espera lá, porque é que a minha terra é mais barata 1 cêntimo?! O que é que ela é menos que a Cidade Nova? Eu nem queria aquela moeda pequenita com que não dá para comprar nada, e só atrapalha. Ou seja, a terra para onde eu vou, só serve para chatear. Antigamente terras com nome de santos eram acolhedoras... agora vem uma terrazita que lá porque tem o nome de cidade (o que é mentira!) e tem promessa de ser nova, já é melhor que o santo que protegia os cavaleiros. Já não há respeito pela história de Portugal. 1 cêntimo que só serve para chatear, e um motorista que repete o nome da terra. Mais parecia que estava no Porto e estava a pedir para ir para Caxias. No entanto, mal me sentei e olhei á minha volta, senti que o autocarro ia para a Cidade de Deus (sim a do filme), e logo fiquei orgulhosa do tal santo que protegia os cavaleiros.
Outra bonita sobre terras, porque mais parece que ninguém gosta das terras para onde vou, foi um taxista perguntar-me se eu não queria ir noutro Taxi mal eu disse "É para Valejas por favor". Se eu tivesse dito "É para a TVI por favor", o senhor tinha ido a duzentos e fazia questão de entrar comigo no edifício". Vou começar a adoptar essa estratégia... depois é só descer a rua, e com sorte ainda levo um desconto... "Ah menina sabe, é que estamos em época de saldos."

Sem grandes explicações...

É sem grandes explicações que falo de um sentimento novo e surpreendente para mim. É sem grandes explicações porque não sei mesmo como se pode sentir amor por alguém em 5 segundos.
"Talvez porque o foste amando durante 9 meses"... Mesmo assim, associar amor a uma cara, em breves segundos, é inexplicável. É grandioso, e extraordinariamente confuso, empolgante... um turbilhão de sentimentos.
Parabéns aos papás que têm como filho o bebé mais lindo do mundo (não menosprezando os outros). Guilherme Torres ja és um amor grande, grande, grande! =) ... sem mais explicações, porque é inexplicável (sim, sei que me estou a repetir). *