Saio da explicadora, eram umas 17h30, e ainda vinha a pensar na
probabilidade de eu tirar ganda nota a matemática amanhã no teste, quando passo por um grupo de rapazes (para aí uns 6). Como ia rápido, para não perder a camioneta, e eles iam mais devagar, porque iam nas cenas deles, acabo por os ultrapassar. No meio de risos e de conversas (em voz bem alta) ouço um deles "Turú!"... e logo de seguida a frase que me iluminou o dia "...Que grande cú!". LOLOLOL Só me apeteceu rir (ás gargalhadas). Não posso dizer que aquela tirada final tenha sido fenomenal, simpáctica, ou talvez bonita... mas naquele momento pareceu-me tão espontânea e até um pouco original, que só me deu vontade de rir.
Entretanto chego á paragem, desta vez deixei a matemática de lado, e pensava (ainda) no "Turú!". Chegas tu passado uns minutos, olho, mas só uma vez. Mas porquê? Tinhas de chegar... tu o rapaz dos olhares. Sempre que te vejo lá começa a rotina dos olhares: tu olhas, eu olho, tu desvias o olhar, eu baixo a cabeça, olho para ti outra vez, tu olhas, e desta vez sou eu que olho para outro lado qualquer. Esta rotina repete-se várias vezes, até um de nós ir embora (quando saio da camioneta, ou quando vou embora da piscina, ou quando tu bazas do campo de futebol).
A Estupidez de tudo isto é que se saio da camioneta olho (sempre) uma ultima vez para dentro dela, na tua direcção, e tu olhas, e essa é das unicas vezes que olhamos fixamente (talvez porque a janela da camioneta nos separa). O mais giro é que te conheço, sei o teu nome, e tu o meu, temos amigos comuns, sei que não és mudo, e tu sabes que eu nao sou muda, mas não falamos uma única vez. Até é engraçado, uma espécie de cumplicidade, sei algumas coisas de ti e tu de mim, e há um ano para cá só comunicamos por olhares... Talves não te fale porque não sei se te lembras de mim, ou talvez porque goste desta "comunicação".
Saio da camioneta e olho, e tu olhas (fixamente). A camioneta arranca e continua o seu caminho, e eu sigo o meu. De repente lembro-me outra vez do "Turú!" e sorrio! =)
