sábado, outubro 08, 2005

Assim de fugida

Levas-me
Assim de fugida
Para longe de tudo.
Deixas-me
largada e perdida.
Resolves ficar mudo.
Só os teus gestos
me vão revelando
me vão dizendo
o que quero saber.
E ao sabor da vontade
te vou agarrando,
te vou perdendo
sem tentar perceber.
Levas-me
assim de fugida
para um lugar só teu.
E aí,
meio perdida
ouço que também será meu.

30 euros... e o depósito a meio

Rebenta uma bomba no Iraque, sobe a gasolina. Há um Tsunami, sobe a gasolina. Há um Furacão (seja ele a Cristina, a Maria, a Catarina, a Paula, ou mesmo a Josefina), sobe a gasolina. Sócrates foge do referendo ao aborto, sobe a gasolina. Bush diz que gosta muito de criancinhas, e é logo associado ao caso "Casa Pia" e... sobe a gasolina. Fátima Felgueiras volta sem saco azul, sobe a gasolina. Isaltino Morais encontra-se com a sua rival (seu antigo braço direito) em plenas rua de Algés, metem os jovens a insultarem-se uns aos outros, e sobe a gasolina.
No entanto, ontem houve festa de Caloiros da FMH, mas a gasolina não subiu (Indecente, indecente).
No fim disto tudo, vamos chegar ao natal mais uma vez sem Pai Natal... ah! mas estejam descansados que de certeza iremos ter (mais) uma subida de gasolina.

quarta-feira, setembro 28, 2005

Artigo 300 e troca o passo da Constituição da República das Bananas

1- Vamos ser pudicos, discretos, observadores e introvertidos. Não vamos falar de sexo, gays, pretos, bombas nucleares, drogas, dividas ao fisco, desemprego, vida privada dos políticos, actores, jornalistas, cantores e etc. São proibidas as palavras bairro social, preto, ganza, cocaína, bomba nuclear, Bush (ah! mas com esta eu concordo), Mónica Lawinskey (não tou com paciência para ir ver como se escreve e para bom entendedor...), Roberta Close, Alexandre Frota, Playboy, José Sócrates, Mário Soares (e outros candidatos a Presidente da República), PSD, PS Bloco de Esquerda e nomes de outros partidos. Estão também proibidas palavras asneirentas e referentes a órgãos sexuais.


- E agora? Vamos falar de quê?
- Pedes uma Imperial (para os mais "in" pode ser um Whisky) e "Peace and Love"!

terça-feira, setembro 27, 2005

"Patati patató"

Quando a única coisa que "amo" (no sentido mais intenso da palavra) fazer corre mal, foge-me o chão dos pés. No entanto, porque a vida, no geral, é feita de tragédias emocionais e constantes soluções, e porque eu, em particular, não gosto de estagnar, arranjo um novo amor:
Ler o livro de Maitê Proença "Entre ossos e a escrita". Infelizmente este vai durar muito pouco tempo, da maneira como o estou a devorar. O Livro inspira-me... não quem me inspira és mesmo tu. O livro, esse, apenas me faz lembrar de ti. É como as palavras que nunca te direi, as perguntas que nao tenhu coragem de fazer ao mundo e as criticas ao meu lado da moeda (as mulheres). Directa, sincera e muito despojada, com palavras reais, sem modernices, mas actual. Maitê mostra uma mulher diferente do que parece, mas também (e porque ela o assume) um pouco inventada.
Deixo o livro ali a um canto. Chega de ler! Tenho de ir ver como está a pescada... logo agora que estava a gostar do que estava a escrever. Sim, porque de vez em quando até acho lindo o que escrevo. Outras vezes limito-me a carregar nas teclas e deixar voar as palavras, sem ler sequer segunda vez. Se tiver que corrigir, copio o texto para o "Word" e apenas olha para as palavras assinaladas a vermelho. Quando sai por dor, obrigo-me a não ler de novo, ou porque não iria compreender a minha própria dor, ou porque iria sofrer o dobro. Estupidez não? =)

sexta-feira, setembro 23, 2005

Sem mais nada a acrescentar.

Nuno Guerreiro - Tento Saber

Tento saber como é que vai ser, se posso viver sem ti
Tento fugir mas eu só penso, na hora em que estás aqui
Tu nunca vens e quando apareces, finges que não há nada
Deixas-me só sempre a pensar, que chegamos ao fim da estrada

Pode parecer que sou livre, mas eu estou preso a ti
Às vezes disfarço e não consigo
Mas eu só penso na hora em que estás aqui

Ligas para mim, eu vou até ai, depois dizes que não podes
Prometo que não te quero ver mais, até que tu não me largues
Não vejo ninguém vou por ai, deixo passar as horas
Chamo-te nomes grito contigo, e tu dizes que me adoras

Pode parecer que sou livre mas eu estou preso a ti
Às vezes disfarço e não consigo
e eu só penso na hora em que estás aqui

Tento manter a calma às vezes, parece que não te ligo
Pode parecer até que te esqueço, mas só quero estar contigo
Tento dizer adeus e tu deixas, sempre uma porta aberta
Tento esconder e fujo para noite, acordo de uma directa

Pode parecer que sou livre, mas eu estou preso a ti
Às vezes disfarço e não consigo
Mas eu só penso na hora em que estás aqui

quinta-feira, setembro 22, 2005

Um grito!

Porque ás vezes não há razão
nem para rir, nem para chorar.
Porque ás vezes a confusão
é a minha maneira de estar.
Porque ás vezes só a luta,
nos leva a um fim,
Porque ás vezes a pergunta
é: "Porque é que estou assim?"
Porque ás vezes eu vejo
sem sequer conseguir ver
Porque ás vezes eu desejo
O que não dá para perceber.
Porque ás vezes me arrependo
do melhor que consigo fazer
Porque ás vezes não sendo
Já só por mim, estou a ser.
Um grito porque ás vezes,
só me consigo destruir...
Um grito... porque vezes
que não paro de sorrir =)

domingo, setembro 11, 2005

Avós

Desculpem lá o mau jeito,
De não me pôr aqui a rimar,
Sobre os 50 anos construídos a preceito,
Que bem me sabem iluminar.
Não consigo ter palavras,
Para uma coisa que só aprendi a sentir,
Mas ainda saíram mais duas quadras,
Que pode ser que vos faça sorrir:

São a base dos que amo
A essência dos que respeito
De avós eu vos chamo,
Mas é por amor que vos levo no peito.
Se todos os sentimentos
Tivesse de dizer numa palavra,
Fazia-vos recordar todos os momentos,
E dizia só que vos amava.

sábado, agosto 27, 2005

Entrada para o coração

Dizes que sou como ninguém,
Compras-me com qualquer bem,
Cegas-me com a ilusão,
E tentas entrar no meu coração.
Isso não é tão fácil como parece,
Nem tudo cá dentro permanece,
Não entras com força e persistência,
é preciso jeito e experiência.
Dedicação força e luta
para os teus lados não se vê,
e nas expectativas ficas aquém
e só te pergunto "Sabes porquê?"
Porque tu... não SaBeS BeM!

quinta-feira, agosto 25, 2005

Da boca para fora, dos dedos para o PC

Quando sai, sai assim,
sem pós de perlimpimpim,
sem nada à pressão,
pois sai do coração.
Sai o que penso e o que sinto
como um "shot" de absinto:
rápido, forte e eficaz,
deixando tudo p'ra trás.
Não sai para magoar,
nem para fazer chorar,
não sai para gozar,
nem muito menos fazer rir...
Sai mesmo é a partir.
Da boca para fora
dos dedos para o PC.
Está feito! Vamos embora,
Não interessa quem vê!
É o que vejo, é o que quero
e é fácil de interpretar...
sabem o que desejo, o que espero,
e aquilo que posso e tento dar.
Não vem para fascinar,
nem para tentar seduzir,
só vem mesmo para mostrar,
o que sou e o que me faz sorrir.
É tão claro como água,
tem tanta alegria como mágoa,
é tudo o que me dão e o que eu dou
é o verso mais puro do que sou!

terça-feira, agosto 23, 2005

L&M ... muitas noites, muitos dias... de férias!

Mais uma noite a começar,
sem saber onde parar.
O ontem não se esqueceu
mas hoje são outras voltas,
que ainda agora anoiteceu,
e ainda não fizemos escoltas.
Mandar parar tudo o que é preciso,
todo aquele que não anda com um sorriso:
"Meninos então? Onde está a diversão?"
Foram-se abaixo com umas bebidas
e já não aturam ninguém,
enquanto nós não caímos
pois... Sabes Bem!
Somos as fortes, as meninas
que não dão qualquer saída,
a conversa banal connosco
é estritamente proibida.
Andamos de bar em bar
a cantar e a curtir
andamos de discoteca em discoteca
a dançar e a partir!
Para nós não existe gente,
só eu e ela, permanentemente,
a ouvir, a falar, a contar e a desabafar,
a dormir, a comer, a acordar e a adormecer.
Loiraça a ti te devo uma amizade
que não existe!
Mas que persiste
Porque tem de persistir,
nem que seja para destruir
os fracos que falam mal...
Nem que seja porque achamos
tudo isso banal...
Nem que seja porque tu está lá,
e eu para ti, lá estou!
Nem que seja porque dás-me um chá,
para melhorares o que sou!
Thanks...
e que hajam muitas noites de muito riso
e que hajam muitos dias no paraíso
e que hajam muitas noites com o frio a nos aquecer
e que hajam muitos dias que seja o Sol a nos adormecer!

sexta-feira, agosto 12, 2005

E lá volta o medo, e ainda é cedo!

O medo me consome,
Com uma sede
Com uma fome
De me destruir
Por dentro
Bem lá no centro!
A mágoa que tenho
É a força do momento
É aquele sentimento
Que não desiste,
Cá dentro só ele persiste...
Nada eu esqueço,
E isto é só o começo,
Pois quando começo a recordar
É tão difícil parar...
Don’t Stop!
Voltas e voltas dou,
Só eu sei o que sou
Eu e a minha cama,
Que partilha as grandes noites,
As noites de quem ama
E já por ninguém chama,
Por orgulho e medo
E lá volta o medo,
E ainda é cedo...
Ainda agora começou
Mais uma noite de voltas
E tudo já rolou...

domingo, junho 26, 2005

Mas quais pretos quais quê?

Atribuir as culpas do arrastão (e de outros fenómenos naturais) aos pretos? Não, claro que não. Todos nós já sabemos que a culpa foi do actor Ricardo Pereira, que trouxe franchising para Portugal.

domingo, junho 19, 2005

Pequeno pormenor!

Em todos os textos com o título "Ideias diferentes, mas todos iguais" (excepto o resumé) há uma referência ao "cigarrinho traçado". Quem não souber o que significa, não interessa muito... é apenas uma droga, como eu tentei dar a entender. Queria só dizer, é que isso não é mais um dos muitos exageros dos textos... Infelizmente, e quanto mais ando por Lisboa, mais me certifico disso, é a realidade. Foi a única caracteristica forte e comum nos "3 lados da moeda" que eu consegui arranjar. Com muita pena minha...

Ideias diferentes, mas todos iguais (resumé)

Para começar queria-me desculpar de 2 coisas:

1ª Não escrever há muito tempo, mas não havia muita inspiração, e havia também outras prioridades.

2ª A linguagem utilizada nos últimos 3 posts. Foi só para dar ênfase aos três lados da moeda. Sim 3 lados... eu sei que só se costuma dizer que tem dois, mas há sempre a possibilidade da moeda ficar de pé.

Este resumé, serve para explicar que estes últimos 3 posts foram apenas um possível (porque neste momento nada é impossível) espelho do futuro. Em qualquer dos lados, qualquer dia destes pode haver um diálogo parecido aos que eu inventei. Isto também, porque as palavras e expressões mais fortes dos diálogos foram retiradas de excertos da realidade. Exemplo: No texto Lado "cabeça branca, roupa negra", a palavra escumalha refere-se ás pessoas de raça africana. Foi retirada de uma aula de código, quando um senhor com ar de quem andou na guerra em 1978 e que não se lava desde aí, com uma camisola branca à camionista, uma águia enorme nas costas, e com um tique na mão direita duvidoso (eu sei que é uma junção irreal, mas é a verdade, porque já tive 3 aulas de código com ele, e o já avaliei bem), decidiu dizer alto e a olhar para indivíduos pretos que se encontravam na sala "aquela escumalha!". Eu achei que tinha de deixar a minha opinião... e tentei deixar de maneira a não atingir ninguém, mas com um cheirinho de cada Português!
Se algum leitor se atingir... é porque chegou ao ridículo de ser parecido com uma das minhas "personagens".

Ideias diferentes, mas todos iguais III

O Lado “cabeça preta, roupa branca (para dar style man)”

- “Ma man”! Então com é? Se bem? Pá ouvi dizer que querias falar comigo lá por causa da cena do arrastão... Para já que fique bem esclarecido, e tu sabes bem disso (se nao levas uma facada no rim, porque eu sei muito bem onde fica o rim... e só nao é nos estômagos porque tenho medo de falhar e dar no cérebro) que eu estudo de dia lá para os lados de Lisboa
- Eu sei, é no Casa Pia não é?
- Não interessa agora o nome. Pronto, estudo de dia e trabalho de noite.
- No Mac Donalds?
- Epá! Tu e os nomes... o que é que isso interessa? São pormenores. O que interessa é que estudo e trabalho, e dou dinheiro à minha mãe.
- É verdade, sempre lhe deste o dinheiro da arma que me vendeste?
- Qual arma man?
- Aquela que me vendeste bué cara, mas disseste que tinha de ser, porque a tua mãe estava doente, e precisavas de lhe comprar remédios.
- Achas man? Para já não te vendi nenhuma arma. Que fique bem esclarecido, porque senão já sabes que o teu rim... A minha estava doente sim, por isso fanei os comprimidos ali na farmácia na esquina. E nesse mesmo dia o Estado mandou dinheiro, e eu aproveitei e fui logo comprar uma Televisão Plasma, para a coitada da cota se entreter com alguma coisa.
- Epá está bem, mas conta-me lá a história do arrastão.
- Então foi assim: Eu cheguei à praia com 30 amigos, e atrás vinham mais uns 4 grupos, cada um com cerca de 30 a 40 pessoas. Eram todas pessoas que costumam ir muito à praia, porque estavam todos muito morenos.
- Morenos? Não seriam pretos como nós?
- Mas quais pretos? Aqui ninguém é preto, só nos deixaram tempo de mais ao Sol, e é por isso que o Estado agora nos dá tanto dinheiro... porque se desleixaram com o tempo de cozedura. Continuando... cheguei à praia e reparei que tavam lá bué primos e irmãos e amigos meus, juntei-me logo a eles, naquela do convívio. Havia um deles que traziam música e começámos todos a dançar. Sabes como é, a policia começa a ver-nos todos no roça, roça lá com as damas, e não gostou. Vieram logo 300 policias
- 300? Nas noticias estavam a dizer que na altura do acontecimento, na praia estavam 12 policias. Só depois é que chegaram mais... mas nunca chegaram a ser 300...
- Fogo! Tu e os pormenores... cala-te lá com isso e deixa-me acabar. Chegaram os policias, e começaram a correr atrás de nós... Desatámos logo todos a correr, para fugir deles, e como estava muita gente na praia e com montes de coisas, (porque os brancos levam a tralha toda para a praia) essas tais coisas foram saltando e agarrando-se a nós. Olha a mim saltou-me uma mala de mulher e encaixou-se mesmo no meu braço. Achas que eu queria uma mala de mulher para alguma coisa? Ah! E só quando cheguei a casa é que reparei que caíram 4 telemóveis em cada bolso. Queres um cigarrinho traçado?

Ideias diferentes, mas todos iguais II

Lado “cabeça branca, roupa preta”

- Epá pegava-se naquela escumalha toda metia-se num contentor e íamos brincar ao Kursk ali pá beirinha do Tejo.
- Kursk? Que jogo novo é esse?
- Tas a ver o submarino russo que afundou com montes de tripulantes lá dentro, e morreram todos, porque ninguém se preocupou muito, porque iam perder montes de dinheiro a salvá-los?
- Tou!
- O submarino chamava-se Kursk
- Fogo! Não sejas assim.
- Um preto esfaqueado, é menos um telemóvel roubado. Já dizia a minha tetra-avó de quem eu gosto muito. Cada vez que lá vou a casa, ela dá-me festinhas na cabeça sem cabelo algum (nem um, porque eu verifico todos os dias), tira-me as botinhas de couro, e diz-me muito serena “Ò netinho gosto tanto que andes por aí pelo País a lutar pelos nossos direitos, és muito corajoso e lutador. É pena é que tenhas de ter rapado o cabelo, tinhas um cabelo loiro tão lindo.” Sabes é que eu sou muito sensível, e muito caseiro também. Só saio de casa à noite, para ir para as raves dar encontrões, beber cerveja, e gritar “morte aos pretos”. De vez em quando lá vai um cigarrinho traçado, mas é só para motivar.
- Sabias que essa droga, na maioria das vezes é fornecida pelos pretos que tanto odeias?

Ideias diferentes, mas todos iguais I

O lado “cor-de-rosa”
- Ó sócio tem calma pá! Eles naquele dia estavam desinibidos, e também ia haver à noite um festão na Kadoc, e eles precisavam de fornecimento. Pensa lá bem, até foi bom o arrastão, tu é que não soubeste aproveitar. Ias nessas noite ao festão e tinhas um paraíso para os brancos, oferecido pelos negros. Olha pastilhas, eram tantas, tantas, que não tinha de te ficar só por uma... podias tirar a barriga de misérias, punhas logo umas 10. Depois também havia os cigarrinhos traçados, vê lá! Já “feitinhos” e tudo... o trabalho que eles tiveram para os fazer, tão queridos.
- Epá mas drogas não é bem a minha onda...
- Ó sócio na boa! Tinhas o outro paraíso... tinhas os telemóveis e máquinas fotográficas digitais vindos directamente de Carcavelos, com garantia, essa arranjada lá no bairro deles, que não é no município de Cascais... confirmou-nos o presidente da câmara. E depois os relógios e colares à maneira. E olha que eram de ouro e prata... que isto sei eu, porque vi, que os coitados dos negritos, deram-se ao trabalho de andar a morder os colares, para verificar se eram mesmo de ouro e prata. Achas que roubar é fácil? Levaram uma porrada dos policias, e mesmo assim foram até ao Algarve e tiveram este trabalho todo, só para nos vender bom material. E ainda melhor, no dia a seguir, cansadíssimos de tudo isso, ainda foram à Quarteira, arranjar material para trazer para cima, para vender ao people de Lisboa. Assim ninguém ficava chateado, agradavam a todos. Mas o pessoal da Quarteira é sovina.

domingo, maio 29, 2005

Gelou!

Fiz uma lista para o Verão que aí vinha. Sonhei com os gritos pelo Sporting, com o Verão quente e feliz.
Mas de repente, e no espaço de uma semana, fez-se sentir o frio... como se a provar que "Maio é mês de chuva e raio". Fez-se uma tempestade cá dentro, e ao som do Benfica ser campeão, chorei... por o sonho ter acabado antes mesmo do Verão chegar. Gelou! e agora?

sábado, abril 30, 2005

Um cão!

- Sonho quase todas as semanas com ele.
- Ah! isso deve ser porque se conheceram numa outra vida.
- Pois... Devia ser meu cão ou coisa assim. É, devia mesmo ser meu cão, mas um dia apaixonou-se por uma cadela (certamente o di) e abandonou-me. É, é mesmo isso. Sim, para cãozinho tem ele jeito. Só podia ser meu cão. Ainda por cima na maioria dos meus sonhos ele aparece do nada, e fica ali especado a ver. Em pé, de braços cruzados e calado. Como um espectador. Pois, ele foi mesmo meu cão noutra vida. Os cães é que ficam especados a olhar para os donos. Gosto dessa ideia do cão. De certeza que era um cão. Sim a ideia do cão agrada-me. Um boxer talvez... não um perdigueiro português, tem mais cara de perdigueiro... um cão! Um cão...
- Desculpa lá interromper, mas é que ainda não disseste nada de jeito.

quinta-feira, março 24, 2005

coisas...

Caricata e assustadora, assim caracterizo esta situação. Se tivesse acontecido na grande Lisboa, mesmo á frente de uma badalada discoteca já era terrivelmente monstruoso, num bar de uma terrinha nos arredores de Lisboa, é filme autêntico.
Dentro de um bar pequeno e único num raio de 5 km várias pessoas desfrutam de uma bebida e do karaoke habitual de todos os fins-de-semana. Antes de eu chegar, um africano gordo, que gostava de se meter com as pessoas, provoca outro rapaz (vamos lhe chamar Léléu). Léléu que não é para brincadeiras, responde á provocação e seguem-se alguns empurrões.
Pouco depois chego ao bar com um amigo meu, vinda de uma festa da faculdade. No bar já se encontravam vários amigos meus, que presenciaram o pequeno conflito. Na cabeça de todos não passava disso mesmo, um pequeno conflito.
Cerca de meia-hora depois saio do bar com todos os meus amigos, 5 deles ficaram á frente do bar sentados numa paragem a conversar, como habitualmente. Vim-me embora. Estava frio, e tinha prometido á minha mãe que não ia tarde para casa. Agradeço hoje ao meu destino "ter-me mandado embora".
"Praí 15 minutos de tu te teres ido embora deu-se granda confusão". O que se consta é que 15 minutos depois (mais ou menos) de eu me ter ido embora o Léléu sai do bar e começa a perguntar ás pessoas onde o tal Africano está. A única parte da história que ainda hoje ninguém tem a certeza é onde o Africano estava, mas a maioria das pessoas defende que se escondeu num cubículo do bar, e mandou o amigo (branco) por quem se fazia acompanhar embora... é a ideia mais defendida pois muita gente viu o amigo do Africano ir embora sem este.
Continuando... o Léléu começa a ficar nervoso, e telefona ao irmão para ir ter com ele. Passado 7 minutos aparece um rapaz mais alto e mais novo que o Léléu. Este tinha um pormenor chocante... trazia um bastão de basebol na mão, e o Léléu antes do irmão chegar foi ás terras e apanhou um cabo de alta tensão.
- É este? É este? - Pergunta o irmão dirigindo-se a um tio de um amigo meu
- Não calma não é esse. - Léléu dirige-se a um mulato e a um branco que também se encontravam ali á frente do bar para ver como a cena se ia desenrolar. Mal sabiam eles que ver também faz mal. - São estes - Léleu aponta para essa dupla.
- Quê? Sou eu o quê? Tás-te a passar? Não fiz nada pá!
- Eu sou estúpido não? Não te vi com o gajo não? Onde é que ele tá?
O resto das palavras, ninguém sabe dizer, pois transformou-se numa confusão de berros. Rapidamente começam os empurrões, e as agressões verbais. Léléu e o irmão começam a usar as armas que tinham na mão (o bastão e o cabo). As imagens e os barulhos da agressão física "eram horríveis. Só ouvia o barulho do bastão a bater no corpo do mulato. Quando olhei vi o branco a levar com o cabo de tensão que o Léléu tinha, nas costas. O meu namorado puxou-me para ao pé do carro e eu entrei, só que apercebeu-se que não ia conseguir tirar o carro, pois eles estavam á porrada no meio da estrada. Ninguém se conseguia aproximar para os separar." Conta uma amiga minha. "Quando ouvi uma batida mais forte e olhei, desatei a chorar. Nunca me tinha acontecido isso, talvez porque seja rapaz, mas também nunca vi uma imagem daquelas, mariana. O mulato tinha a cabeça em sangue, e metade do taco estava no chão. Ele partiu-lhe um taco de basebol na cabeça mariana! Um taco de basebol, que é forte como tudo!" diz o namorado dessa amiga.
Pouco satisfeito, o irmão do Léléu dirigi-se ao carro para, nada mais, nada menos, ir buscar outro taco de basebol. Neste momento as coisas começam a esfriar. O branco a quem o Léléu estava a agredir ficou caído no chão. As pessoas começam-se a aproximar para os tentar parar. O mulato, que tinha a cara coberta de sangue, num acto de desespero agarra agarra o amigo, e puxa-o para a sua carrinha. As pessoas ali á volta puxam o Léléu e encostam-no á parte lateral e dianteira de um carro para o acalmar. Dentro da carrinha o mulato, tem uma reacção louca. Arranca com a carrinha, no meio da estrada (de 2 vias), dá uma volta de180º e prega a fundo… em direcção ao Léléu. A carrinha bateu no Léléu e em parte do carro, ficando numa posição boa de fuga.
A carrinha arranca, um cliente frequente do bar e conhecido de nós todos (aliás os clientes desse bar conhecem-se quase todos uns aos outros, visto que é um bar numa terra pequena), corre atrás da carrinha pensando que os podia parar. De repente ouvem-se três tiros vindo do meio das pessoas. Um policia á paisana, que tinha estado dentro do bar, que viu o pequeno conflito lá dentro, e que assistiu a toda a cena de pancadaria fora deste, no momento que a carrinha arrancou sacou de uma arma e atirou 3 tiros para o ar, um desses tiros entrou no pára-choques do carro de um amigo meu.
Há pessoas doidas. Todos erramos pois somos humanos. E por isso, um policia, que como todos os policias, teve formação, quando assiste a uma cena de pancadaria e não a tenta parar, e manda 3 tiros para o ar, que sabe que não vão resolver nada, e que podem atingir as cerca de 15 pessoas inocentes que se encontravam á sua volta, não é penalizado. Pois errar é humano…
E quando se pensa que não há mais nada para falar, pois esta situação já se passou há um mês, sabe-se que o Léléu já saiu do hospital (sim sobreviveu, porque saltou quando a carrinha foi contra ele) e não foi preso, e que os 2 homens que fugiram na carrinha (e que todos pensavam que estavam a ser procurados pela policia) apareceram há uns dias na terrinha, a fazer uma espécie de ronda.
Escrevi isto tudo porque ainda não esqueço esta história louca… e porque a história de Lagos que se encontra no site http://www.estradasperdidas.blogspot.com, revolveu-me ainda mais as ideias.
A única pergunta que deixo é: Quem devia ser preso?

domingo, março 20, 2005

Coração - Rapazola

Coração,
Para que se apaixonou por alguém que nunca te amou,
Alguém que nunca vai te amar.
Fazer promessas para nunca mais amar
Alguém que só quer lhe ver sofrer,
Alguém que só quer lhe ver chorar!
Preciso sair dessa, dessa de me apaixonar...
Por quem só quer me fazer sofrer,
Por quem só quer me fazer chorar!
É tão ruim quando alguém machuca a gente
O coração fica doente, sem jeito até pra conversar.
Dói de mais, só quem ama sabe sente,
O que se passa em nossa mente
Na hora de deixar rolar
Nunca mais eu vou provar do teu carinho
Nunca mais eu vou poder te abraçar
Ou será que eu vivo bem melhor sozinho
E se for mais fácil assim pra perdoar
O amor, às vezes só confunde a gente,
Não sei, com você pode ser diferente!


A música que conquistou os brasileiros neste carnaval e o meu coração. Já tinha sido lançada ao ritmo do forró, mas não pegou. Numa nova tentativa a banda Rapazola a lançou em Fevereiro de 2005, em estilo de música de Carnaval (para celebrar essa mesma data, e para ser pegada por milhares de pessoas que dançavam atrás dos trios eléctricos). Pegou! E foi considerada a melhor música deste Carnaval, e "Rapazola" a melhor banda revelação.

Me apaixonei!

De volta!... Depois de uma semana no paraíso.

As tranças começam-se a desfazer,
A pele a cair, as saudades a apertar...
Mas o ritmo, o ritmo da baía,
Eu já peguei e não vou largar.

Depois de tantas exigências:
- Pega o ritmo da baía minina!
Senti-me a entrar numa aura indescritível.
- Nem te reconhecia. Já pegou o ritmo.
O cheiro das pessoas quente e a lembrar o mar, que nos primeiros dias era agressivo para o meu olfacto, foi-se transformando num aroma suave e agradável, que o meu próprio corpo acabou por adoptar.
Agora que cheguei percebi que o tal ritmo de que tanto eles falavam era tudo o que me rodeava:
O cheiro das pessoas, da comida, do ar e do mar, a própria comida, o calor, o mar, a calma, o “swing”, o forro, o zouk, a kizomba... e a simpatia constante em forma de sorriso.
Gravados na minha cabeça estão todos esses sorrisos, que são contagiantes e reconfortantes. Os sorrisos dos empregados do ressort, dos hospedes, dos trabalhadores da balsa, das empregadas das lojas, das senhoras das banquinhas da passerel do álcool, da menina que tava sentada á porta de uma casa a quem eu fiz cócegas, das pessoas por quem passava quando ia na estrada em cima do buggy.
É complicado perceber uma paixão destas. Já presenciei a incompreensão de certas pessoas perante uma pessoa que é loucamente apaixonada por aquele país. A essa pessoa eu digo: Talvez não ame o Brasil como tu amas, mas amo a Baía com um amar profundo... acho mesmo que são amores iguais mas por dimensões diferentes.
Vai ser difícil dormir e não sonhar com uma volta ao paraíso e a união ao ritmo que me envolveu o corpo... e a alma.
Hoje o texto vai assim, meio melancólico, e com palavras pouco vulgares no meu vocabulário... vai um texto sobre um amor louco, indescritível, com fome de mais, e eterno!

quarta-feira, março 09, 2005

O mundo que adoro!

Uma noite do tipo silenciosa...
Pôr uma música que nos faça pensar que o mundo é cor-de-rosa, e que basta um pequeno gesto para tudo ser perfeito o resto da vida.
Pegar numa Lux de há cinco meses atrás, que foi comprada porque ia ao médico e sabia (como toda a gente sabe) que teria de esperar horas a fio, lê-la do princípio ao fim deliciando-me com as vidas "telenovelescas" da personagens mais estapafúrdias deste planeta.
Ter uma conversa de temas variadíssimos com uma pessoa que costumo apenas cumprimentar.
Ou simplesmente ir buscar os “biquinis”, os tops e os calções, pôr tudo numa mala e pensar que a partir de sábado (e durante uma semana) só o Sol e as paisagens paradisíacas me vão interessar.
É este mundo paralelo que me fascina. Aquele mundo de que não desfruto todos os dias (e nem quero desfrutar, pois aí perdia o seu toque especial).
Quase há um ano estava eu no meu mundo paralelo a enumerar num caderno todas as coisas que tinha naquele momento, que não costumava ter no dia-a-dia... hoje já não as tenho. Talvez na próxima semana faça outra lista noutro caderno, ou numa folha perdida, das coisas que terei nesse momento que não costumo ter habitualmente.
Que venha esse mundo paralelo, para esquecer as bolas de andebol do dia-a-dia, o “setor” de natação do dia-a-dia, a matéria sobre o corpo humano do dia-a-dia, as conversas das idas ao café do dia-a-dia, as caras do dia-a-dia, o namorado do dia-a-dia.
Esse mundo que adoro, esta noite... nos meus sonhos (sem os acidentes de carro dos sonhos do costume). =)

terça-feira, março 08, 2005

Do Inverno para o Verão ... com uma lista!

O Inverno está a acabar. Mas tu continuas juntinho a mim. O medo... continua... nada a fazer para uma medrosa por defeito.
Queria ser um computador... assim certamente que a minha mãe ia lá e resolvia logo o problema em cinco segundos. Na opção "medrosa por defeito", pedia para ela substituir por "confiante por defeito".
Qualquer dia ainda lhe digo para me instalar aqui umas placas de confiança, e de memória também... que essa anda-me a falhar ("mas isso é porque não tomas os comprimidos para o cérebro como eu te mando!" vai ela dizer quando ler isto).
Mas voltando ao Inverno... este foi rigoroso... engana-se quem pensa que estou a falar do frio que se fez (e se faz) sentir. Tou mesmo a falar do rigor amoroso... vai um mesinho de rigor assumido e outros tantos de paciência (dele... porque minha, nem pensem... nunca hei-de ter).
Por isso vou fazer uma lista de objectivos a atingir (tipo Bridget Jones... já que o meu avô diz que sou parecida com a Renée Zellweger). Vou lutar por eles na Primavera, para no Verão ser a "M- ulher Perfeita". Não se iludem, pois se a Renée teve de engordar um exagero de quilos e mesmo assim a Bridget não conseguiu, duvido muito que eu consiga.
Mas como o que interessa é a intenção cá vai a lista:
- Não vou comer chocolates ( não se riam, este é o objectivo em que deposito mais confiança).
- Vou respirar fundo e contar até 10 quando quiser responder mal.
- Vou confiar em mim.
- Vou confiar nele.
- Não vou pensar na paixaum.
- Não vou gritar nem chorar nos dias de T.P.M. (Tio não tentes perceber esta... só no dia em que os homens forem sensíveis)
- Vou conseguir dizer que não, quando for mesmo preciso.
- Vou passar a todas as cadeiras (o que conta é a intenção, não foi o que escrevi? =) )
- E por fim não vou querer fugir nem vou desistir quando tiver medo!

Pronto a lista já está feita... agora falta o resto.
Só mesmo em filme!
- Sabes que dia hoje?
- 6 de Março
- ok!
- Faz hoje um ano
- Um ano do ke? so te perguntei pk era os anos do morenaço...
- Ai foi? por momentos tive esperanças...
- sim?!
- Claro que sim! Tonta sê directa...
- Hoje faz um ano que falámos pela primeira vez...
- A sérioo? Parabéns a nós =)
- =)
- tonta
- tonto
- não temos que comemorar
- não? porquê?!
- porque não nos falamos
- tamos a falar ........
(não, não estamos... podiamos, deviamos, mas não estamos... há muito que não falamos. O dia que tu mais querias comemorar não foi comemorado, porque nenhum tem coragem de falar... talvez para o ano)

domingo, março 06, 2005

há um ano...

Para quem não escreve à muito tempo este é um bom dia para recomeçar.

- Vá pergunta lá!
- Não! Ele ja pede se for preciso.
- Pergunta lá Mariana!
- Nem sei o nome dele.
- Filipe... Sá... acho que é Filipe Sá!
Passam-se uns segundos
- Então? Já te disse o nome
- Ok! ... Filipe! Sá...
- Sim.
- Precisas de dinheiro?
- Acho que não é preciso... Obrigado.
Sorris... como quem ouviu a conversa toda.
"Estava ali á espera que parasses de discutir com ela, e falasses comigo... demoraste!"

As primeiras palavras, há um ano atrás...
- Paixaum foi a primeira vez que falámos n'é?
- Sim paixaum...
- E tu antes nem sabias quem eu era. Já eu estava fartinho de saber o teu nome, e tu nem sequer da minha cara te lembravas.

Já passou, foi há um ano... agora é outro ano, outra vida, outro cãozinho do amigo...

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Não sei que nome dar

Saudades de quem está perto,
Alguém que não é certo
e com insegurança me faz agir...
e com esperança me faz sorrir.

Diz que não mente.
- É tudo verdade!
Diz que tudo o que sente
É mais que amizade.

Acreditar? Não sei...
mais uma vez sem certezas...
mais uma vez esperarei
que o amor traga as suas realezas,
os seus tesouros, as suas verdades...
até que um dia me cansarei.

- É mesmo assim,
não há verdades absolutas...
mas acredita em mim,
tu só pensas e não lutas...
assim nunca descobrirás...
(Diz dona verdade)


Antes a confiança trouxeram-me terceiros...
Agora ela não vem nem com o vento
- Esperas por bruxas, magia ou feiticieiros?...
não esperes por eles nem pelo tempo!

Acreditar na tua verdade
é ver de olhos fechados,
é esperar que a tua sinceridade
seja a história dos bem-amados,
e aquela que eu quero ouvir.

Um beijo mais arriscado
faz-me confiar
Uma frase mais de fugida
faz-me desabar...
e assim vivo ao sabor do vento,
do teu vento... do teu tempo!