quinta-feira, março 24, 2005

coisas...

Caricata e assustadora, assim caracterizo esta situação. Se tivesse acontecido na grande Lisboa, mesmo á frente de uma badalada discoteca já era terrivelmente monstruoso, num bar de uma terrinha nos arredores de Lisboa, é filme autêntico.
Dentro de um bar pequeno e único num raio de 5 km várias pessoas desfrutam de uma bebida e do karaoke habitual de todos os fins-de-semana. Antes de eu chegar, um africano gordo, que gostava de se meter com as pessoas, provoca outro rapaz (vamos lhe chamar Léléu). Léléu que não é para brincadeiras, responde á provocação e seguem-se alguns empurrões.
Pouco depois chego ao bar com um amigo meu, vinda de uma festa da faculdade. No bar já se encontravam vários amigos meus, que presenciaram o pequeno conflito. Na cabeça de todos não passava disso mesmo, um pequeno conflito.
Cerca de meia-hora depois saio do bar com todos os meus amigos, 5 deles ficaram á frente do bar sentados numa paragem a conversar, como habitualmente. Vim-me embora. Estava frio, e tinha prometido á minha mãe que não ia tarde para casa. Agradeço hoje ao meu destino "ter-me mandado embora".
"Praí 15 minutos de tu te teres ido embora deu-se granda confusão". O que se consta é que 15 minutos depois (mais ou menos) de eu me ter ido embora o Léléu sai do bar e começa a perguntar ás pessoas onde o tal Africano está. A única parte da história que ainda hoje ninguém tem a certeza é onde o Africano estava, mas a maioria das pessoas defende que se escondeu num cubículo do bar, e mandou o amigo (branco) por quem se fazia acompanhar embora... é a ideia mais defendida pois muita gente viu o amigo do Africano ir embora sem este.
Continuando... o Léléu começa a ficar nervoso, e telefona ao irmão para ir ter com ele. Passado 7 minutos aparece um rapaz mais alto e mais novo que o Léléu. Este tinha um pormenor chocante... trazia um bastão de basebol na mão, e o Léléu antes do irmão chegar foi ás terras e apanhou um cabo de alta tensão.
- É este? É este? - Pergunta o irmão dirigindo-se a um tio de um amigo meu
- Não calma não é esse. - Léléu dirige-se a um mulato e a um branco que também se encontravam ali á frente do bar para ver como a cena se ia desenrolar. Mal sabiam eles que ver também faz mal. - São estes - Léleu aponta para essa dupla.
- Quê? Sou eu o quê? Tás-te a passar? Não fiz nada pá!
- Eu sou estúpido não? Não te vi com o gajo não? Onde é que ele tá?
O resto das palavras, ninguém sabe dizer, pois transformou-se numa confusão de berros. Rapidamente começam os empurrões, e as agressões verbais. Léléu e o irmão começam a usar as armas que tinham na mão (o bastão e o cabo). As imagens e os barulhos da agressão física "eram horríveis. Só ouvia o barulho do bastão a bater no corpo do mulato. Quando olhei vi o branco a levar com o cabo de tensão que o Léléu tinha, nas costas. O meu namorado puxou-me para ao pé do carro e eu entrei, só que apercebeu-se que não ia conseguir tirar o carro, pois eles estavam á porrada no meio da estrada. Ninguém se conseguia aproximar para os separar." Conta uma amiga minha. "Quando ouvi uma batida mais forte e olhei, desatei a chorar. Nunca me tinha acontecido isso, talvez porque seja rapaz, mas também nunca vi uma imagem daquelas, mariana. O mulato tinha a cabeça em sangue, e metade do taco estava no chão. Ele partiu-lhe um taco de basebol na cabeça mariana! Um taco de basebol, que é forte como tudo!" diz o namorado dessa amiga.
Pouco satisfeito, o irmão do Léléu dirigi-se ao carro para, nada mais, nada menos, ir buscar outro taco de basebol. Neste momento as coisas começam a esfriar. O branco a quem o Léléu estava a agredir ficou caído no chão. As pessoas começam-se a aproximar para os tentar parar. O mulato, que tinha a cara coberta de sangue, num acto de desespero agarra agarra o amigo, e puxa-o para a sua carrinha. As pessoas ali á volta puxam o Léléu e encostam-no á parte lateral e dianteira de um carro para o acalmar. Dentro da carrinha o mulato, tem uma reacção louca. Arranca com a carrinha, no meio da estrada (de 2 vias), dá uma volta de180º e prega a fundo… em direcção ao Léléu. A carrinha bateu no Léléu e em parte do carro, ficando numa posição boa de fuga.
A carrinha arranca, um cliente frequente do bar e conhecido de nós todos (aliás os clientes desse bar conhecem-se quase todos uns aos outros, visto que é um bar numa terra pequena), corre atrás da carrinha pensando que os podia parar. De repente ouvem-se três tiros vindo do meio das pessoas. Um policia á paisana, que tinha estado dentro do bar, que viu o pequeno conflito lá dentro, e que assistiu a toda a cena de pancadaria fora deste, no momento que a carrinha arrancou sacou de uma arma e atirou 3 tiros para o ar, um desses tiros entrou no pára-choques do carro de um amigo meu.
Há pessoas doidas. Todos erramos pois somos humanos. E por isso, um policia, que como todos os policias, teve formação, quando assiste a uma cena de pancadaria e não a tenta parar, e manda 3 tiros para o ar, que sabe que não vão resolver nada, e que podem atingir as cerca de 15 pessoas inocentes que se encontravam á sua volta, não é penalizado. Pois errar é humano…
E quando se pensa que não há mais nada para falar, pois esta situação já se passou há um mês, sabe-se que o Léléu já saiu do hospital (sim sobreviveu, porque saltou quando a carrinha foi contra ele) e não foi preso, e que os 2 homens que fugiram na carrinha (e que todos pensavam que estavam a ser procurados pela policia) apareceram há uns dias na terrinha, a fazer uma espécie de ronda.
Escrevi isto tudo porque ainda não esqueço esta história louca… e porque a história de Lagos que se encontra no site http://www.estradasperdidas.blogspot.com, revolveu-me ainda mais as ideias.
A única pergunta que deixo é: Quem devia ser preso?

domingo, março 20, 2005

Coração - Rapazola

Coração,
Para que se apaixonou por alguém que nunca te amou,
Alguém que nunca vai te amar.
Fazer promessas para nunca mais amar
Alguém que só quer lhe ver sofrer,
Alguém que só quer lhe ver chorar!
Preciso sair dessa, dessa de me apaixonar...
Por quem só quer me fazer sofrer,
Por quem só quer me fazer chorar!
É tão ruim quando alguém machuca a gente
O coração fica doente, sem jeito até pra conversar.
Dói de mais, só quem ama sabe sente,
O que se passa em nossa mente
Na hora de deixar rolar
Nunca mais eu vou provar do teu carinho
Nunca mais eu vou poder te abraçar
Ou será que eu vivo bem melhor sozinho
E se for mais fácil assim pra perdoar
O amor, às vezes só confunde a gente,
Não sei, com você pode ser diferente!


A música que conquistou os brasileiros neste carnaval e o meu coração. Já tinha sido lançada ao ritmo do forró, mas não pegou. Numa nova tentativa a banda Rapazola a lançou em Fevereiro de 2005, em estilo de música de Carnaval (para celebrar essa mesma data, e para ser pegada por milhares de pessoas que dançavam atrás dos trios eléctricos). Pegou! E foi considerada a melhor música deste Carnaval, e "Rapazola" a melhor banda revelação.

Me apaixonei!

De volta!... Depois de uma semana no paraíso.

As tranças começam-se a desfazer,
A pele a cair, as saudades a apertar...
Mas o ritmo, o ritmo da baía,
Eu já peguei e não vou largar.

Depois de tantas exigências:
- Pega o ritmo da baía minina!
Senti-me a entrar numa aura indescritível.
- Nem te reconhecia. Já pegou o ritmo.
O cheiro das pessoas quente e a lembrar o mar, que nos primeiros dias era agressivo para o meu olfacto, foi-se transformando num aroma suave e agradável, que o meu próprio corpo acabou por adoptar.
Agora que cheguei percebi que o tal ritmo de que tanto eles falavam era tudo o que me rodeava:
O cheiro das pessoas, da comida, do ar e do mar, a própria comida, o calor, o mar, a calma, o “swing”, o forro, o zouk, a kizomba... e a simpatia constante em forma de sorriso.
Gravados na minha cabeça estão todos esses sorrisos, que são contagiantes e reconfortantes. Os sorrisos dos empregados do ressort, dos hospedes, dos trabalhadores da balsa, das empregadas das lojas, das senhoras das banquinhas da passerel do álcool, da menina que tava sentada á porta de uma casa a quem eu fiz cócegas, das pessoas por quem passava quando ia na estrada em cima do buggy.
É complicado perceber uma paixão destas. Já presenciei a incompreensão de certas pessoas perante uma pessoa que é loucamente apaixonada por aquele país. A essa pessoa eu digo: Talvez não ame o Brasil como tu amas, mas amo a Baía com um amar profundo... acho mesmo que são amores iguais mas por dimensões diferentes.
Vai ser difícil dormir e não sonhar com uma volta ao paraíso e a união ao ritmo que me envolveu o corpo... e a alma.
Hoje o texto vai assim, meio melancólico, e com palavras pouco vulgares no meu vocabulário... vai um texto sobre um amor louco, indescritível, com fome de mais, e eterno!

quarta-feira, março 09, 2005

O mundo que adoro!

Uma noite do tipo silenciosa...
Pôr uma música que nos faça pensar que o mundo é cor-de-rosa, e que basta um pequeno gesto para tudo ser perfeito o resto da vida.
Pegar numa Lux de há cinco meses atrás, que foi comprada porque ia ao médico e sabia (como toda a gente sabe) que teria de esperar horas a fio, lê-la do princípio ao fim deliciando-me com as vidas "telenovelescas" da personagens mais estapafúrdias deste planeta.
Ter uma conversa de temas variadíssimos com uma pessoa que costumo apenas cumprimentar.
Ou simplesmente ir buscar os “biquinis”, os tops e os calções, pôr tudo numa mala e pensar que a partir de sábado (e durante uma semana) só o Sol e as paisagens paradisíacas me vão interessar.
É este mundo paralelo que me fascina. Aquele mundo de que não desfruto todos os dias (e nem quero desfrutar, pois aí perdia o seu toque especial).
Quase há um ano estava eu no meu mundo paralelo a enumerar num caderno todas as coisas que tinha naquele momento, que não costumava ter no dia-a-dia... hoje já não as tenho. Talvez na próxima semana faça outra lista noutro caderno, ou numa folha perdida, das coisas que terei nesse momento que não costumo ter habitualmente.
Que venha esse mundo paralelo, para esquecer as bolas de andebol do dia-a-dia, o “setor” de natação do dia-a-dia, a matéria sobre o corpo humano do dia-a-dia, as conversas das idas ao café do dia-a-dia, as caras do dia-a-dia, o namorado do dia-a-dia.
Esse mundo que adoro, esta noite... nos meus sonhos (sem os acidentes de carro dos sonhos do costume). =)

terça-feira, março 08, 2005

Do Inverno para o Verão ... com uma lista!

O Inverno está a acabar. Mas tu continuas juntinho a mim. O medo... continua... nada a fazer para uma medrosa por defeito.
Queria ser um computador... assim certamente que a minha mãe ia lá e resolvia logo o problema em cinco segundos. Na opção "medrosa por defeito", pedia para ela substituir por "confiante por defeito".
Qualquer dia ainda lhe digo para me instalar aqui umas placas de confiança, e de memória também... que essa anda-me a falhar ("mas isso é porque não tomas os comprimidos para o cérebro como eu te mando!" vai ela dizer quando ler isto).
Mas voltando ao Inverno... este foi rigoroso... engana-se quem pensa que estou a falar do frio que se fez (e se faz) sentir. Tou mesmo a falar do rigor amoroso... vai um mesinho de rigor assumido e outros tantos de paciência (dele... porque minha, nem pensem... nunca hei-de ter).
Por isso vou fazer uma lista de objectivos a atingir (tipo Bridget Jones... já que o meu avô diz que sou parecida com a Renée Zellweger). Vou lutar por eles na Primavera, para no Verão ser a "M- ulher Perfeita". Não se iludem, pois se a Renée teve de engordar um exagero de quilos e mesmo assim a Bridget não conseguiu, duvido muito que eu consiga.
Mas como o que interessa é a intenção cá vai a lista:
- Não vou comer chocolates ( não se riam, este é o objectivo em que deposito mais confiança).
- Vou respirar fundo e contar até 10 quando quiser responder mal.
- Vou confiar em mim.
- Vou confiar nele.
- Não vou pensar na paixaum.
- Não vou gritar nem chorar nos dias de T.P.M. (Tio não tentes perceber esta... só no dia em que os homens forem sensíveis)
- Vou conseguir dizer que não, quando for mesmo preciso.
- Vou passar a todas as cadeiras (o que conta é a intenção, não foi o que escrevi? =) )
- E por fim não vou querer fugir nem vou desistir quando tiver medo!

Pronto a lista já está feita... agora falta o resto.
Só mesmo em filme!
- Sabes que dia hoje?
- 6 de Março
- ok!
- Faz hoje um ano
- Um ano do ke? so te perguntei pk era os anos do morenaço...
- Ai foi? por momentos tive esperanças...
- sim?!
- Claro que sim! Tonta sê directa...
- Hoje faz um ano que falámos pela primeira vez...
- A sérioo? Parabéns a nós =)
- =)
- tonta
- tonto
- não temos que comemorar
- não? porquê?!
- porque não nos falamos
- tamos a falar ........
(não, não estamos... podiamos, deviamos, mas não estamos... há muito que não falamos. O dia que tu mais querias comemorar não foi comemorado, porque nenhum tem coragem de falar... talvez para o ano)

domingo, março 06, 2005

há um ano...

Para quem não escreve à muito tempo este é um bom dia para recomeçar.

- Vá pergunta lá!
- Não! Ele ja pede se for preciso.
- Pergunta lá Mariana!
- Nem sei o nome dele.
- Filipe... Sá... acho que é Filipe Sá!
Passam-se uns segundos
- Então? Já te disse o nome
- Ok! ... Filipe! Sá...
- Sim.
- Precisas de dinheiro?
- Acho que não é preciso... Obrigado.
Sorris... como quem ouviu a conversa toda.
"Estava ali á espera que parasses de discutir com ela, e falasses comigo... demoraste!"

As primeiras palavras, há um ano atrás...
- Paixaum foi a primeira vez que falámos n'é?
- Sim paixaum...
- E tu antes nem sabias quem eu era. Já eu estava fartinho de saber o teu nome, e tu nem sequer da minha cara te lembravas.

Já passou, foi há um ano... agora é outro ano, outra vida, outro cãozinho do amigo...