quinta-feira, maio 22, 2008

Benção das Fitas (a pedido)

Ainda vinha eu subindo a rua,
“oh boa” já gritava o Edgar,
Logo a seguir chegou o Pisco
De fitas na mão, como era de esperar.

Belo Almoço abençoado
Com o tinto sempre á mão
E o Sorna bem ressacado,
Lá soltava um palavrão.

Ao ler as fitas do Pisco,
Agarrei na minha... para o Raul
(Esquece, nada rima com Raul)
Mas fica então percebido
Que o Pisco é um esquecido.

Até aqui estaria tudo bem
Se não estivessem famílias presentes,
E assim o almoço ficou aquém
Dos que achavam ter filhos decentes.

Mas tal dia era de louvar
E já tudo era perdoado,
E assim com a tarde a passar,
Todo o Doutor foi difamado.

Foram muitas as histórias
Com muito poucas surpresas.
Nostalgia e belas memórias
Ilustraram amizades acesas.

E assim uma tarde se abençoou
Com o álcool a embalar
Para a noite, que encerrou
As lágrimas que eu vi rolar.

O Plantel

Normalmente apoio-me muito nos elogios e no reconhecimento dos meus actos. Ás vezes chego mesmo a desprezar o meu trabalho só porque ninguém reparou. Criancice... “só tens garra para aquilo que não deves” (by Sempre, A Mesma de).
Mas houve uma luta, uma guerra mesmo, em que 99% das vezes acreditei que conseguia levar sempre a melhor. Acreditei, agi, e vi várias vezes os meus actos praticamente autodestruírem-se, tal e qual as mensagens ultra secretas do FBI (nos filmes, claro), mas durante muito tempo não desisti. Com o tempo passei de tanque de frente de guerra a treinador de futebol, esperando no banco que a aprendizagem tivesse um efeito eficaz. Mas este jogo tinha mais de 90 minutos, e a paciência não é decerto uma virtude do Carneiro. Assim, lá ia gritando tácticas para dentro de campo, esperando que se traduzisse em técnica.
O meu trabalho, desse não duvidei, e considerava-me um autêntico Mourinho. No entanto, os resultados caracterizavam-me mais como o Manuel Joaquim que treina os infantis do Cascalhense Futebol Clube (C.F.C. para os adeptos fieis).
Com o decorrer deste campeonato apercebi-me que na bancada a culpa é sempre do treinador, na equipa técnica a culpa é sempre dos árbitros, e no plantel a culpa vai saltando de alvo em alvo. Ora agora a culpa é minha, ora agora a outra equipa é invencível, ora agora a culpa é do treinador. Tudo dependia do estado de espírito do plantel e da relação deste com o treinador (para os mais desatentos, eu).
Na primeira época, perdeu-se o campeonato mas lá se ganhou a taça (tal e qual Sporting), na segunda época perderam-se as taças todas mas ficou um acesso para outro campeonato da época seguinte (sim tal e qual Benfica), na terceira época desceu-se de divisão (se acontece ao União de Leiria porque não a mim?) e a meio da quarta época... despediu-se o treinador (e aqui tal e qual Mourinho, desempregado mas ainda o melhor do mundo).
Cansada de levar lenços brancos, e com a realidade a puxar-me para fora de campo, saí derreada e sem louros. Percebi que essa luta (campeonato para quem estava a gostar do relato) para além de ser desleal, já não era uma luta minha. As equipas adversárias praticamente subornavam árbitros e usavam dopping, e o meu plantel deixara de ser meu, para passar a auto treinar-se. Deixei de ser a base... essa agora é mais clara, mas também mais alucinogénia e desaparece num inspirar.
Por fim apercebi-me, finalmente, que o poder castrador que soprava da bancada, não só desconcertava o plantel como dava força aos adversários. Errada estava eu em lhes chamar adeptos, pois eles é que são os verdadeiros árbitros, que julgam e decidem, e que não deixam de criticar mesmo depois do apito final.
Um dia cairei no esquecimento... não quando um novo treinador mostrar o valor do plantel, nem quando este esquecer essas 4 longas épocas, mas sim, quando os sussurros vindos da bancada cessarem e só se ouvirem os belos cânticos das claques.


Deitei a toalha ao chão, deixei o equipamento suado no cacifo, queimei o caderninho com as milhentas tácticas... e nesse estádio se um dia voltar a entrar, direi que “ só cá vim mesmo ver a bola”...

quarta-feira, maio 21, 2008

Síndroma AXN FOX SiCMulher

- Olha é verdade, que é feito da Meredith? Ao tempo que não a vejo.
- Também já nao a vejo á muito. Anda lá com aqueles problemas da meia-irmã a trabalhar no mesmo hospital que ela, e a relação com o Mcdreamy também não está estável.
- Ah! A última vez que vi o Derek e a Meredith estava tudo bem, foi quando a Addison decidiu ir para a tal clinica privada.
- Ui! Isso já foi há algum tempo. Quem eu vou vendo mais vezes é a Susan e o Mike.
- Ah! Esses... casaram não foi?
- Casaram? Se casaram... ela está grávida!
- A sério? Boa! Olha mas ele não andava lá com uns problemas com os comprimidos?
- Pois... parece que está viciado. Ela não anda muito contente.
- Quem casou também foi a Kitty Walker não foi?
- Pois foi! Sortuda, aquele senador é 1,70m de pura felicidade.
- E aquele irmão dela, o Kevin 1,70m de desperdicio.
- Podes crer, foi a única falha da Nora. E o resto dos Walker’s como estão?
- Estão bem, com aquelas histórias habituais deles. Última que soube, não sei se já sabes, foi que a Lynnete já está curada do tumor na cabeça?
- A sério? Ainda bem.
- De resto não tenho visto mais ninguém.
- Pois, eu também não. Não tenho tido muito tempo. Volta meia volta lá vejo os queridos, sempre a mudar uma casa,... “e a sua vida também”.