domingo, junho 19, 2005

Ideias diferentes, mas todos iguais II

Lado “cabeça branca, roupa preta”

- Epá pegava-se naquela escumalha toda metia-se num contentor e íamos brincar ao Kursk ali pá beirinha do Tejo.
- Kursk? Que jogo novo é esse?
- Tas a ver o submarino russo que afundou com montes de tripulantes lá dentro, e morreram todos, porque ninguém se preocupou muito, porque iam perder montes de dinheiro a salvá-los?
- Tou!
- O submarino chamava-se Kursk
- Fogo! Não sejas assim.
- Um preto esfaqueado, é menos um telemóvel roubado. Já dizia a minha tetra-avó de quem eu gosto muito. Cada vez que lá vou a casa, ela dá-me festinhas na cabeça sem cabelo algum (nem um, porque eu verifico todos os dias), tira-me as botinhas de couro, e diz-me muito serena “Ò netinho gosto tanto que andes por aí pelo País a lutar pelos nossos direitos, és muito corajoso e lutador. É pena é que tenhas de ter rapado o cabelo, tinhas um cabelo loiro tão lindo.” Sabes é que eu sou muito sensível, e muito caseiro também. Só saio de casa à noite, para ir para as raves dar encontrões, beber cerveja, e gritar “morte aos pretos”. De vez em quando lá vai um cigarrinho traçado, mas é só para motivar.
- Sabias que essa droga, na maioria das vezes é fornecida pelos pretos que tanto odeias?

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